sábado, novembro 26, 2016

Multas incluídas no orçamento das forças policiais

Está previsto que a receita de multas de trânsito reverta para a renovação tecnológica das forças de segurança, passando assim a constituir parte do orçamento destas, o que implica que seja atingido um determinado objectivo, como forma de assegurar a necessária receita e serem efectuadas as actualizações orçamentadas.

Estamos diante de algo que, tal como as associações profissionais da classe, consideramos como particularmente perigoso, oficializando o que muitos designam como a "caça à multa", obrigando os agentes a cumprir determinados objectivos, dos quais depende, em termos de actualização tecnológica, o funcionamento da instituição onde prestam serviço.

Sendo que da diminuição de multas ou coimas, desde que mantida a fiscalização, estariamos diante de uma boa notícia, indicando uma maior nível de cumprimento das disposições legais, o que seria positivo compromete o orçamento previsto, pelo que tudo indica que a opção será a de multar, mesmo em situações menos claras ou quando a legislação apresenta contornos mais duvidosos, face a uma pressão da hierarquia que resulta de uma estrutura de receitas inaceitável.

Esperamos que este tipo de orçamentação a nível de receitas não se concretize, e que a pressão dos próprios agentes, através das suas organizações se faça sentir, sob pena de se viver um clima irrespirável nas próprias instituições e nas vias de circulação deste País, com todo o impacto negativo que tal terá a nível nacional, prejudicando seriamente os cidadãos individuais e a economia nacional.

sexta-feira, novembro 25, 2016

Revelada a 2ª parte do relatório sobre os incêndios de 2013 - 4ª parte

Sempre consideramos que a última homenagem aos que perdem a vida por uma causa é que do seu sacrifício possa resultar algo de positivo, como a aprendizagem de uma lição, a mudança de comportamentos ou a revisão de procedimentos, para citar alguns exemplos, e será exactamente nesta perspectiva que este relatório, e outros similares, deve ser estudado e analisado, sempre de forma crítica e com a objectividade possível.

Naturalmente, independentemente do esforço dos autores, será impossível conhecer todos os contornos do sucedido, nomeadamente no que mais directamente diz respeito às vítimas mortais dos incêndios, tendo sempre que se admitir que dos testemunhos que constam possam existir omissões ou inexactidões ou mesmo que a síntese da informação recolhida possa enfermar de falhas, mas tal não compromete o essencial e menos ainda a necessidade de proceder a alterações conforme sugerido.

Sabendo que não existem relatórios perfeitos, na medida em que é impossível ter conhecimento de tudo o que sucedeu, a capacidade técnica dos autores e o trabalho que estes desenvolveram nesta área ao longo de anos, obriga-nos igualmente a discordar de um conjunto de críticas que escutamos e que menorizam este relatório, pondo em causa a própria honorabilidade dos autores, associando-os a interesses que nem sequer foram mencionados mas que, existindo, convém concretizar por parte de quem faz a insinuação.

Numa época de fogos, onde durante a fase mais crítica arderam mais de 120.000 hectares, se perderam nove vidas humanas e a Polícia Judiciária deteve 93 suspeitos de crimes de incendiarismo, e sobre a qual permaneciam muitas dúvidas, esta parte do relatório vem lançar alguma luz, ajudando a esclarecer um conjunto de situações das quais resultaram a tragédia que todos conhecemos pelo que, não obstante a contestação que gerou, tem que ser encarado como algo de positivo.

quinta-feira, novembro 24, 2016

Algumas alternativas para veículos no centro de Lisboa - 6ª parte

Não sendo no centro de Lisboa, mas na margem Sul, perto do Seixal, não podemos deixar de incluir a Área 4x4, do Nuno Mathiotte, dado ser uma das oficinas especializadas em Land Rover mais perto da capital, demorando menos de 30 minutos a alcançá-la, o que pode ser menos do que algumas deslocações no interior da cidade.

Anexamos um pequeno mapa que facilitará o acesso à oficina a partir de Lisboa, bastando atravessar a ponte 25 de Abril, seguindo pela auto-estrada e saindo na 2ª saída, seguindo pela esquerda para entrar na Estrada Nacional 10, de onde se sai na primeira rotunda, virando à direita e, no final da rua, à esquerda, encontrando-se o acesso ao complexo onde se encontra a Área 4x4 do lado direito, a uma curta distância.

Para além de reparações mecânicas, com indiscutível competência, a Área 4x4 fornece diversas peças e acessórios, de algumas das marcas mais conhecidas no mercado, podendo oferecer soluções completas para os mais diversos fins, incluindo a preparação de veículos para expedições de longo curso com tudo o que isso implica em termos de equipamentos e de fiabilidade.

A Área 4x4 tem sido a nossa principal escolha, sobretudo quando o trabalho é de alguma complexidade, requer uma maior precisão ou atenção aos detalhes, e sempre que estão envolvidos sistemas críticos, seja relacionados com o funcionamento do motor, seja com a segurança do veículo, razão pela qual a recomendamos a todos quantos possuam um Land Rover.

quarta-feira, novembro 23, 2016

Revelada a 2ª parte do relatório sobre os incêndios de 2013 - 3ª parte

A questão da formação, não apenas quanto ao comportamento do fogo, sobretudo a propagação, reacendimentos ou evolução nos vários terrenos, mas também em termos de cooperação dentro das equipas, o enquadramento numa estrutura mais alargada, a coordenação entre diversas unidades ou entidades, a capacidade de decisão e a necessidade de obediência, foram temas abordados, por estarem na origem de falhas com consequências graves.

Podemos entender as implicações decorrentes da revelação deste relatório, que, a nosso ver, deverão existir, dada a gravidade das consequências, mas, por outro lado, sem que este seja público, duvidamos que sejam implementadas as medidas necessárias para corrigir os erros mencionados e que se faça justiça, caso tal decorra dos factos agora conhecidos, alguns dos quais aparentam ser de grande gravidade.

Ocultar parte da realidade, como forma de proteger alguns dos envolvidos nas operações, e aqui incluímos das vítimas e respectivas famílias, que devem ser poupadas a alguns detalhes, e na estrutura que as supervisiona ou fornece os meios de combate, de forma alguma pode ser aceite, embora seja sempre de considerar que tudo o que não sendo relevante, possa provocar dor, não conste dos relatórios disponibilizados, sem com isso comprometer a exactidão dos mesmos e a relevância para a correcção de erros.

A ideia de que ocultar dados relevantes, que podem prevenir erros futuros, como forma de respeito para com as vítimas, é, ao contrário do que alguns pensam, uma ofensa para com os que perderam a vida, tornando o seu sacrifício inútil, ao permitir que situações semelhantes se repitam.

terça-feira, novembro 22, 2016

Rebites roscados - 3ª parte

Ao rodar a porca no sentido dos ponteiros do relógio, tendo o parafuso travado, o que evita a rotação do rebite, este vai-se afastando no sentido do exterior, forçando a deformação do rebite, da mesma forma que faz o alicate aplicador, acabando por fixá-lo na posição pretendida.

No final, com os rebordos do rebite pressionando a superfície, e imobilizados pela pressão e pelas estrias externas, que impedem a rotação, basta rodar o parafuso para o desapertar, e removê-lo, após o que se pode proceder à utilização do rebite para o fim pretendido, dando assim por finalizada a instalação.

Existem diversas forma de improvisar esta "ferramenta" de aplicação, podendo haver algumas variações de acordo com especificidades do local de instalação, sendo que, para uma utilização mais intensiva, se justifica dispor de um alicate próprio, que manifestamente facilita muito o trabalho a realizar.

É possível obter este tipo de alicate por preços que começam pouco acima da quinzena de Euros, acrescendo perto de cinco para meia centena de rebites roscados M4 ou M5, pelo que uma solução completa ficará perto dos 20 Euros, sendo este um investimento a ter em conta, tal o tipo de possibilidades que oferece, dando a opção de efectuar diversos trabalhos de forma muito mais profissional.

segunda-feira, novembro 21, 2016

Revelada a 2ª parte do relatório sobre os incêndios de 2013 - 2ª parte

São apontados diversos factores, começando por falhas na formação, problemas na coesão e comunicação dentro das equipas, a não utilização de equipamento de protecção ou a falta de adequação deste e terminando em situações de desobediência, inaceitáveis num teatro de operações, dadas as consequências que podem daí resultar.

A falta de coordenação entre responsáveis do dispositivo, o excesso de confiança de alguns bombeiros, uma má avaliação das condições de propagação do fogo, problemas logísticos, como a falta de alimentação adequada, o cansaço resultante de muitas horas de combate, com tudo o que isso implica em termos de discernimento, encontram-se entre as causas da perda de vidas e do próprio desenrolar das operações.

Os problemas com a falta de qualidade de algum material, como as botas, cujas solas derreteram e obrigaram os bombeiros a fugir de gatas, já era conhecido e terá sido já ultrapassado, mas a nível de sistemas de comunicações a situação permanece problemática, sem solução à vista.

A opção por equipamento de baixo custo, e com a qualidade correspondente, teve implicações graves, mas a manutenção de um sistema de comunicações que apresenta falhas pode ter consequências no futuro, sendo sabido que esta é uma situação recorrente, com muitos operacionais a optarem por outros meios, como um vulgar telemóvel.

domingo, novembro 20, 2016

Lisboa, cidade fechada - 18ª parte

Dado que nem as obras são concluídas, inclusivé na gestão de estacionamento, da responsabilidade da EMEL, que não exerce a fiscalização, com a chegada do tempo de chuva a ânsia de estacionar ou parar o mais perto possível do local pretendido agrava sucessivamente não apenas o problema do estacionamento, mas degrada os passeios, cuja construção não prevê o peso de uma viatura, muitas vezes um camião carregado com material para uma das inúmeras obras que decorrem no bairro.

A multiplicação de obras em habitações aumenta os problemas, seja pelo ruído e pelas poeiras, seja pelo conjunto de lugares destinados a estacionamento ocupados por contentores de entulho e veículos de transporte de materiais e pessoal, seja mesmo pela interrupção das estreitas vias durante operações de carga e descarga, verificando-se muitas vezes uma completa indiferença pelas mais elementares regras de convivência com os moradores.

Acresce o facto de muitas destas obras de remodelação terem como objectivo a conversão de residências familiares em alojamento local, com a consequente saída de residentes, muitos dos quais se estabeleceram no bairro há largas décadas, e a chegada de turistas ou habitantes temporários, descaracterizando o que sempre foi um espaço residencial com características muito particulares, que se aproximam muito das de uma aldeia no centro da cidade.

A avalanche de obras em residências, sendo possível encontrar meia dúzia em poucas dezenas de metros, que tem tido sempre como consequência a saída de residentes antigos, espelha muito do que se passa em Lisboa, sobretudo em zonas centrais, numa cidade que expulsa os seus habitantes para dar lugar um um conjunto de actividades económicas relacionadas com o turismo que afecta as populações locais, inflacionando o custo de vida, comprometendo o sossego e dificultando a mobilidade, numa evolução que compromete um futuro sustentável.