sábado, setembro 17, 2016

Setembro quente na ANPC - 3ª parte

Na vertente operacional, o quente mês de Setembro tem igualmente tido reflexos, com o prolongar do período mais crítico para além do mês de Agosto, e aqui falamos não de condições objectivas e do número de ignições e área ardida, e não do facto de ainda decorrer a "Fase Charlie", com 2016 a revelar-se como o mais complicado dos últimos anos se atentarmos aos dados oficiais.

As altas temperaturas do início de Setembro, o desgaste resultante de semanas de combate aos fogos e a diminuição das horas de luz, aquelas em que os meios aéreos podem operar, podem explicar parte do sucedido, mas o facto indesmentível é que todo o cenário estava criado em função de razões estruturais, que temos discutido, pelo que, não sendo previsível, esta situação era expectável.

Quando interrogados quanto a uma eventual falta de meios, a resposta mais comum tende a ser que estes existem, mas a falta de acessibilidade impede-os de agir, pelo que aguardam que o fogo se desloque para uma zona onde o combate seja possível ou, simplesmente, se extinga por falta de combustível.

Seja no Gerês, seja na serra Algarvia, o problema das acessibilidades surge como omnipresente num País onde foi aceite como boa prática tornar inacessíveis zonas protegidas, como forma de as preservar e proteger, acabando por comprometer a sua sustentabilidade económica e a própria segurança, sendo óbvio que a percentagem de áreas protegidas destruídas é incompatível com o seu valor patrimonial e ecológico.

sexta-feira, setembro 16, 2016

Actualizações semanais no Windows 10 - 3ª parte

O último "update", com a designação KB3189866, lançado na 2ª terça feira de Setembro, ou seja, no calendário habitual, revelou-se especialmente trabalhosa e problemática, parando a 45%, 46%, 48% ou 95% em muitos computadores, sendo inútil reiniciar o processo, por este ser um problema na origem.

A forma de ultrapassar este problema é instalar manualmente a actualização através do "Microsoft Catalogue", um repositório de "software" certificado pelo fabricante, e que neste caso concreto é feito simplesmente acedendo à seguinte ligação, para a versão de 64 bits, que permite descarregar um ficheiro de extensão MSU que, após gravado localmente, permite dar início a um processo completamente automatizado.

Instalar actualização manualmente, através do catálogo da Microsoft, é seguro, dado que o conteúdo é o mesmo que consta das actualizações automáticas, mas cada utilizador deve verificar, e confirmar, se está a descarregar e instalar a versão correcta para o sistema operativo que tem instalado e na versão de 64 ou 32 bits, devendo-se evitar recorrer a ligações de outros "sites" ou a processos pouco claros, dado o tipo de risco envolvido e que pode incluir vírus ou "malware".

Neste caso, outras actualizações pendentes, como para o Windows Defender ou o Adobe Acrobat, serão efectuadas de seguida e de forma automática, ficando todo o processo desbloqueado com a instalação do KB3189866, o que permite continuar a efectuar "updates", mesmo antes de a Microsoft corrigir este erro, o que, sem dúvida, virá a suceder, nem que seja na próxima actualização conjunta.

quinta-feira, setembro 15, 2016

Setembro quente na ANPC - 2ª parte

O relatório da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) aponta para uma falta de defesa dos interesses do Estado por parte da ANPC, considerando que o presidente, Francisco Grave Pereira "violou o dever de zelo", no respeitante à gestão de meios aéreos, competindo ao Ministério Público dar seguimento aos resultados do inquérito.

Estranhamente, face ao conjunto de indícios já recolhidos, continua a não haver arguidos, embora se admita que, face à complexidade da investigação e a necessidade de manter segredo, não divulgando o que já foi apurado, esta opção do Ministério Público possa ter explicação, sendo esta apenas um exemplo de muito do que pode motivar este caminho.

Naturalmente, face ao conteúdo do relatório, bem como ao seu encaminhamento, era inevitável que o presidente da ANPC apresentasse o seu pedido de demissão, já aceite, mas este será apenas uma de entre muitas situações que merecem ser averiguadas dentro do que se costuma chamar o "negócio do fogo" e apenas um de muitos envolvidos numa teia complexa cujos contornos ainda não foram completamente apurados.

Se o caso dos Kamov deve ser investigado até às últimas consequências, tal como a gestão da EMA, é certo de que muito será decidido em tribunal, sendo exemplo o caso em que o ex-ministro Miguel Macedo está envolvido, e que revela uma manifesta promiscuidade e os favorecimentos de que muitos falam e que, apesar de um conjunto de situações inexplicáveis, continuam sem consequências legais.

quarta-feira, setembro 14, 2016

Acidente mortal em percurso do Encontro Ibérico - 3ª parte

A presença no local de enfermeiras, bem como de alguns recursos, como os conjuntos de primeiros socorros presentes nalguns veículos, tiveram um valor inestimável, demonstrando a necessidade da presença de um conjunto de meios e equipamentos, alguns disponíveis, outros cuja presença deve ser equacionada neste tipo de actividades, mas a demora dos meios de socorro comprometeram um enorme esforço colectivo que merece todos os elogios.

Sabemos que a prática de todo o terreno implica riscos, e que no caso dos Land Rover Serie e Defender, caso não tenham um "roll bar" instalado, o perigo é muito superior, sendo ainda mais perigoso no caso dos Serie mais antigos, onde não estão presentes cintos de segurança, pelo que os ocupantes facilmente podem ser projectados para o exterior da viatura e esmagados por esta.

Num modelo sem uma carroçaria monocoque, e que não tem as inerentes estruturas deformáveis de protecção e absorção de energia, o risco de lesões graves em caso de capotamento é enorme, pelo que deve ser introduzido um conjunto de equipamentos de segurança completo, capaz de evitar esmagamentos, projecção de ocupantes para o exterior ou impactos, mesmo aqueles que resultam da imobilização brusca do veículo, estes também capazes de provocar danos fatais.

Resta-nos, pois, reiterar as nossas condolências a familiares e amigos do Pedro Costa e enviar os votos de rápidas melhoras à vítima que permanece internada, esperando que possa ultrapassar da melhor forma este terrível episódio e volte rapidamente ao convívio dos seus.

terça-feira, setembro 13, 2016

Acidente mortal em percurso do Encontro Ibérico - 2ª parte

Várias questões se podem colocar, seja sobre as circunstâncias em que ocorreu o acidente, seja no respeitante aos meios de socorro, à sua disponibilidade, ao tempo que demoraram a intervir no local, bem como à sua adequação ao tipo de lesões sofridas pelas vítimas.

Quando ao acidente, do qual resultou uma vítima mortal, este será investigado pelas entidades competentes que tentarão determinar as circunstâncias exactas do mesmo, pelo que teorias sobre o mesmo, e já ouvimos algumas, como a existência de um aluimento de terras ou o desviar de um ramo, mesmo que verosímeis, devem ser considerados hoje como meramente especulativos e não as discutiremos.

No respeitante ao socorro, este infelizmente espelha a triste realidade que se vive no Interior do País, em locais afastados dos grandes centros urbanos, onde se concentram os recursos hospitalares e uma grande parte dos meios essenciais a uma intervenção atempada, do que, em muitos casos, depende a sobrevivência ou a qualidade de vida futura de quem é vítima de um acidente.

Os tempos de intervenção, contados desde a ocorrência até à prestação de cuidados médicos adequados ao estado das vítimas revelou-se incompatível com os níveis de prontidão essenciais para o sucesso do socorro, sendo certo de que seis horas entre um acidente e a chegada a um hospital com as valências necessárias, é absolutamente inadmissível e, dado que a primeira paragem cardio respiratória ocorreu quatro horas após o acidente, não podemos deixar de nos interrogar quanto às implicações de tão longa espera.

segunda-feira, setembro 12, 2016

Acidente mortal em percurso do Encontro Ibérico - 1ª parte

Esta é uma notícia que nos é particularmente penosa, mas é impossível omitir o facto de um participante no Encontro Ibérico de Land Rovers, organizado pelo Landmania, ter falecido na sequência de um acidente na zona de Malhão, perto de Gouveia, local onde decorria este evento bi-anual.

Em primeiro lugar, lamentamos profundamente o sucedido, manifestando a nossa solidariedade à família e amigos do Pedro Costa, muitos deles amigos comuns, bem como a todos os membros do Landmania, clube de que somos sócios, fazendo votos para que tal situação não se repita.

O Land Rover Serie caiu por um declive ao efectuar um percurso, possivelmente porque o solo cedeu, tendo os dois ocupantes ficado feridos, o que implicou uma operação de socorro complexa, dadas as dificuldades de acesso e o estado das vítimas, a mais grave das quais acabou por ser evacuada por ar para os Hospitais da Universidade de Coimbra onde viria a falecer.

O vítima mortal, de 44 anos sofreu um politraumatismo grave na zona tronco-abdominal, que se veio a revelar fatal, enquanto a segunda vítima do acidente foi encaminhada de ambulância para o Hospital da Guarda, de onde seguiu para um hospital da zona de residência, onde ainda permanece, em estado grave, mas estável.

domingo, setembro 11, 2016

"Borda d´Água" de 2017 já disponível

Apesar de com o advento das novas tecnologias e da sua crescente acessibilidade os almanaques terem perdido muito da sua importância, estes autênticos guias que orientaram numerosas gerações, ainda têm um encanto especial, sobretudo entre aqueles que, mesmo por razões ancestrais, tenham alguma ligação à agricultura.

O "Borda d´Água" é certamente, o mais conhecido almanaque português e a edição de 2017 já se encontra disponível, com as típicas informações astronómicas, e mesmo astrológicas, os calendários mensais, a que acrescem a menção a diversas obrigações legais, e todo um conjunto de dizeres populares ditados pela sabedoria ancestral.

Com um reduzido número de páginas, que muitas vezes o próprio comprador tinha que separar, cortanto-as, quase sem ilustrações, que obviamente encareciam uma publicação que se queria ao alcance de todos os potenciais interessados, este almanaque tinha um público alvo óbvio, completamente distinto das muito mais dispendiosas da "Bertrand", que, ao longo de centenas de páginas ilustradas, incluiam um variadíssimo manancial de artigos sobre os mais diversos assuntos.

O "Borda d´Água" é um dos últimos exemplos de um tipo de publicação muito típica de meados do século passado, na altura de leitura quase obrigatória para aqueles que, ligados aos trabalhos agrícolas, tinha o então raro previlégio de saber ler, continuando a ter um interesse muito especial para todos quantos apreciem a História e a forma como algumas vertentes desta se perpetuam nos dias de hoje.