sexta-feira, novembro 20, 2015

Nova vaga de suicídios em forças de segurança? - 2ª parte

As estatísticas, na sua frieza, são absolutamente demonstrativas desta realidade, com uma esperança média de vida seis anos inferior ao de outras actividades profissionais, convindo, no entanto, analizar outros parâmetros, concretamente, se existe um conjunto algo reduzido que, por apresentar valores completamente distintos, neste caso muito inferior, tem um real impacto na média obtida.

Obviamente que tal situação não decorre, de forma significativa, de casos de suicídio, mesmo que estes tenham impacto, mas sobretudo no excessivo desgaste que, com o passar dos anos, irá dar origem a um conjunto de problemas que, conjuntamente, reduzem não apenas a longevidade, mas a própria qualidade de vida, com maior incidência nos últimos anos, onde surgirão de forma mais aguda, e mesmo incapacitante, as consequências das dificuldades enfrentadas.

No caso dos elementos de forças de segurança, que, tal como muitos funcionários públicos, viram os seus rendimentos reduzidos, directamente ou em função do aumento da carga fiscal e do próprio custo de vida, a pressão financeira vem-se adicionar à que resulta do exercício da profissão, podendo ainda agravar-se quando, para suprir uma situação de carência, vem a opção de um segundo emprego.

Esta opção, para além do desgaste inerente a qualquer actividade profissional, pode implicar uma pressão acrescida, nomeadamente quando exercido de forma clandestina, seja por incompatibilidade, seja para evitar que impostos e contribuições reduzam substancialmente os proveitos resultantes, tornando o esforço virtualmente inútil.

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