sexta-feira, outubro 02, 2015

E o vencedor é... - 3ª parte

Nos partidos mais pequenos, uma variação, mesmo que percentualmente importante, traduz-se numa muito pequena diferença efectiva em termos eleitorais, podendo não corresponder a ganhos ou perdas a nível do número de deputados, pelo que, mesmo uma eventual subida do número de eleitores, pode não passar de uma amarga vitória, sem expressão prática, com pouca probabilidade de ter peso em futuros equilíbrios de poder.

Como o equilíbrio de forças futuro depende não de percentagens brutas resultantes dos votos dos eleitores, mas da forma como se traduzem em mandatos, com o Método de Hondt a favorecer a concentração de votos, mesmo um conjunto razoavelmente elevado de votos em numerosas candidaturas independentes não altera o equilíbrio de forças, nem penaliza excessivamente os partidos mais votados, que acabam por ter apenas perdas residuais, apenas relevantes em situações específicas.

Surge, ainda, o problema da abstenção, agravado pelo desfasamento dos cadernos eleitorais face à realidade, onde a forte emigração dos últimos anos tem um indiscutível peso, e que afecta de forma assimétrica as várias forças políticas, penalizando aqueles que recebem votos flutuantes, enquanto beneficia aquelas que têm uma base mais sólida e que, mantendo o mesmo número de votos, crescem em termos de percentagem quando a abstenção aumenta.

Outro facto determinante, são os indecisos, e, neste caso, os partidos com uma mensagem mais forte, seja pela coerência ao longo dos anos, seja pela afirmação na prática, caso de quem governa de mantém uma mesma linha independentemente dos obstáculos, são os mais favorecidos, enquanto forças políticas que variam ideias e posições estimulam a indecisão de possíveis eleitores, que facilmente se convertem em abstencionistas.

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