sábado, outubro 09, 2010

Um dia de mau tempo - 2ª parte

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Inundações no início de Outubro

Também não deixa de ser grave a intransitabilidade de vias e consequente isolamento de pequenos aglomerados populacionais ou os estragos em escolas, o que impede os alunos de freqentar aulas durante um período de tempo ainda indeterminado.

Entre estas, por ser exemplificativo, chama-se a atenção para o recentemente inaugurado túnel em Mem Martins - Ouressa, construido junto a uma rotunda para onde confluem diversas vias, algumas com inclinação, onde se dispenderam milhões de euros em obras que se arrastaram por um longo período e que ficou intransitável.

Esta situação aponta para erros de concepção e de planeamento, algo que é extremamente comum nas obras públicas recentemente construidas, que oneram substancialmente o erário público, e cuja responsabilização nunca implica a vertente financeira, chegando-se ao cúmulo de aos mesmos projectistas serem adjudicados novos trabalhos.

Este conjunto de incidentes, que provocaram prejuizos ainda difíceis de contabilizar, são um prenúncio do que o agravamento das condições meteorológicas nos pode trazer, impondo-se a adopção de medidas urgentes que diminuam o impacto que se pode desde já prever e os estragos que daí podem resultar.

sexta-feira, outubro 08, 2010

100 anos de República em Portugal - 3ª parte

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Em 1926, Salazar, Mendes Cabeçadas e Gomes da Silva

Esperar-se-ia, pelo menos, frontalidade e transparência por parte de um Governo herdeiro da tradição repúblicana de serviço público, mas tal não sucede, num misto de omissões e de falta de verdade que podem esconder temporariamente o real estado do País que hoje surge como evidente aos olhos de todos.

É manifesto a falta de confiança popular no sistema político e nos seus protagonistas, agravada pela incapacidade do sistema judicial quando enfrenta casos relacionados com corrupção ou que afectam interesses instalados, facto patente no actual Código do Processo Penal, que dificulta o processo investigatório limitando os meios de prova, e na moldura penal prevista no Código Penal, onde um crime económico da maior gravidade parece menos importante que o simples furto praticado por quem tem fome.

Mais do que a opção entre um regime monárquico e um republicano, as escolhas e a reflexão terá de ir no sentido do modelo de democracia representativa e na forma como são eleitos os representantes da vontade popular, bem como o grau de responsabilidade e de preparação que lhes é exigido.

O optimismo é sempre fruto da consciência e da responsabilidade, próprio de quem espera o melhor, mas está preparado para o pior, e não pode nem deve ser confundido com atitudes a que estamos cada vez mais habituadas e surgem como desligadas da realidade.

Mais de 125.000 hectares ardidos até ao fim de Setembro - 3ª parte

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Bombeiro no combate a um fogo em Portugal

Com uma incidência desproporcionada nas áreas protegidas, os números, já de sí elevados, assumem uma maior gravidade dado o tipo de património natural devastado e as consequência a nível ecológico e na própria sustentabilidade da regiões, onde esta riqueza natural podia potenciar o turismo rural, nalguns casos a forma mais imediata de desenvolver áreas mais deprimidas.

Aliás, a questão das acessibilidades, ou da falta delas, foi mais uma vez recentemente demonstrada pela extrema dificuldade em resgatar um grupo de caminhantes que ficou retido no Gerês, na zona da Portela do Homem, onde apenas foi possível chegar de helicóptero passados dois dias após o pedido de socorro.

Esta inacessibilidade, ocorrida num período de chuva forte, mas sem que se verificasse uma conjugação de factores excepcionais, é demonstrativa dos efeitos de um conjunto de opções absurdas, misto de facilitismo e de desleixo, que não só não alcançam os objectivos propostos, como os prejudicam, colocando inclusivé em risco as proprias populações ou quem visita essas áreas.

A área ardida traduz simultaneamente um maior sucesso no combate, fruto de melhor coordenação e maior formação, e de uma manifesta falta de prevenção a nível estrutural, bem como de flagrantes erros na estratégia de desenvolvimento, onde uma visão global do País parece completamente ausente.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Motores Td5 e orientação na Land Francesa

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Capa do número de Outubro da "Land" francesa

Está disponível o nº 91, correspondente ao mês de Outubro, da revista francesa Land Mag, com destaque para artigos sobre os motores Td5, aqui considerados como os melhores diesel fabricados pela Land Rover, e para a navegação com cartas e GPS.

Só estes dois artigos justificam, na nossa opinião, adquirir este número da Land francesa, mas obviamente muito mais está incluído, sendo de destacar as preparações dos Defender, uma das quais para "raids" e o restauro de um antigo Serie I.

Encontram-se também numerosos textos e informações sobre encontros, novos equipamentos e uma secção de testes de longa duração onde o Discovery 4 é analisado.

A partir da ligação da imagem que incluimos é possível folhear a revista, em formato digital reduzido relativamente ao original, de modo a aferir do interesse na aquisição da mesma, algo que, sinceramente, aconselhamos.

Mais de 125.000 hectares ardidos até ao fim de Setembro - 2ª parte

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Bombeiros no combate a um fogo em Portugal

Falta referir, no relatório da AFN, a falta de trabalho a nível de prevenção, a quase inexistente limpeza das matas, bem como a flagrante falta de acessibilidades, sobretudo no interior das áreas protegidas, onde os fogos tendem a prolongar-se por vários dias e são, muitas vezes, combatidos apenas a partir do ar.

Em contrapartida, é dado enfase ao facto de a área ardida ser de 87% da média dos últimos 10 anos, sendo inferior à dos anos de 2000, 2003 e 2005, os quais, por serem anormalmente altos e ocorrerem num País então muito diferente, distorcem em muito as estatísticas agora mencionadas, dando uma ideia favorável, algo que, caso se entrasse em conta com dados mais recentes, não ocorreria.

Mais importante do que a frieza dos números, é necessário estudar as suas causas, aquilo que foi feito e o que se deixou de fazer, e porque razão um País onde a área florestal diminui, com zonas de descontinuidade que deviam conter as chamas, continua a arder, com fogos a prolongar-se dias a fio.

Muitas das causas já foram aqui abordadas, sobretudo no respeitante às áreas protegidas, as quais continuam a ser extremamente vulneráveis, numa situação que se agrava à medida que opções erradas a nível de gestão isolam cada vez mais estes espaços, impedindo não apenas um combate eficaz às chamas, como prejudicando o seu usufruto.

quarta-feira, outubro 06, 2010

100 anos de República em Portugal - 2ª parte

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Um postal comemorativo do 2º aniverário da República

A degradação do regime ditatorial, resultante do clima opressivo e de um fraco desenvolvimento que resultava de opções político-económicas retrógradas e de um inevitável isolacionismo, que levou á conhecida expressão "orgulhosamente sós", agravou-se com o custo humano e económico dos conflitos em África, levando a um situação de ruptura.

A revolução de Abril de 1974 repôs, com alguns períodos de maior ou menor restrição, as liberdades democráticas, reposicionou Portugal a nível internacional e abriu um conjunto de perspectivas de desenvolvimento para o que os fundos recebidos da Europa comunitária contibuiram de forma decisiva.

No entanto, um século após a implantação da República, com 16 anos de 1ª República, 48 de Ditadura Militar e Estado Novo e 36 de regime democrático, muito mudou, mas poucas lições foram verdadeiramente aprendidas e interiorizadas, continuando-se a cometer os mesmos erros que vitimaram sucessivos regimes e vivendo-se uma situação de descrença enquanto o caos financeiro se instala.

Relendo os textos publicados há uma centena de anos, é manifesto que se cometem os mesmos erros, e que a descrença geral na classe e no próprio sistema político, incapaz de se reformar por dentro e que, pela sua inércia, se perpétua no poder, permite antever uma recessão que, na maioria dos países europeus, resultaria em convulsões sociais.

Mais de 125.000 hectares ardidos até ao fim de Setembro - 1ª parte

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Bombeiro no combate a um fogo em Portugal

Os dados constantes do último relatório da Autoridade Florestal Nacional (AFN) apontam para um total de 125.852 hectares, incluindo 43.808 hectares de povoamentos e 82.244 de mato, ardidos desde o início do ano até ao final do mês de Setembro.

Os registos apontam para um total de 20.927 ocorrências, que incluem 3.638 incêndios florestais e 17.289 fogachos, das quais quase metade, 9.150, foram registadas durante o mês de Agosto, aquele em que também se verificou uma maior área ardida, que totalizou 97.140 hectares.

É aos grandes incêndios, aqueles que destruiram uma área superior a 100 hectares, muitos dos quais se prolongaram vários dias e atravessaram diversos distritos, que é imputada a destruição de perto de 80% da área ardida, apontando-se condições meteorológicas adversas como uma das razões para o sucedido.

Segundo os registos do Instituto de Meteorologia, o Verão de 2010 foi o segundo mais quente desde 1931, com os meses de Julho e Agosto quentes e secos, sendo atravessados por três ondas de calor, duas das quais em Julho e a última em Agosto, que contribuiram para a secura dos solos e a facilidade de propagação das chamas.

terça-feira, outubro 05, 2010

100 anos de República em Portugal - 1ª parte

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Imagem comemorativa da implantação da República

No centenário da implantação da República em Portugal, justifica-se uma breve reflexão sobre este século, ao longo do qual foram atravessados distintos períodos, e às causas que nos conduziram ao difícil momento que atravessamos.

A revolução de 5 de Outubro de 1910, protagonizada por um conjunto de intelectuais de origem urbana e revolucionários, alguns dos quais militares, que pouco tinham a ver com um povo rural e quase analfabeto, vivendo num dos países mais atrasados da Europa Ocidental, rapidamente deixaram o País submerso em convulsões e sociais, onde múltiplas carências foram agravadas pelo envolvimento na Grande Guerra.

Incapazes de cumprir as promessas feitas nos ultimos anos da Monarquia, sem sequer conseguir manter alguma estabilidade política e cerceando frequentemente as próprias liberdades que se propunham defender, facto patente na censura que vigorou em metade dos anos da 1ª República, a desastrosa evolução política e económica ditou o fim deste período através de um golpe militar decorrido em 1926.

Com a Ditadura Militar, a que se seguiu o longo período ditatorial designado por Estado Novo, à perda de liberdade contrapôs-se a estabilidade, obtida por métodos anti-democráticos, mas também o equilíbrio das contas públicas e um progresso que, compreensivelmente, resultou num apoio popular ao novo regime que se prolongou durante largos anos.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Um dia de mau tempo - 1ª parte

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Inundações no início de Outubro

Um dia de mau tempo, com diversos distritos em "alerta laranja", com a Protecção Civil a registar mais de 300 ocorrências durante o período da manhã, incluindo mais de centena e meia de inundações, mais de uma centena de quedas de árvores, quase uma trintena de quedas de estruturas e sete deslizamentos de terras, são exemplo da crescente vulnerabilidade do País quando se verificam condições climáticas adversas.

Se algumas situações são algo inevitáveis, por outro lado existem cada vez mais condições para o aumento de inundações e, sobretudo, de aluimento de terras, as quais, em muitos casos, perderam a sustentação devido aos fogos, que destroem vegetação que não é reposta atempadamente, criando as condições propícias a deslizamentos.

Sem a existência de vítimas, pode-se considerar estas ocorrências como de relativamente pouca gravidade, servindo sobretudo de alerta, mas deve-se ter em atenção que houve situações onde apenas a sorte evitou consequências graves, como o desabamento que destruiu três viaturas no interior das quais não se encontrava ninguém.

No entanto, existe uma situação que reputamos de particularmente grave, concretamente a ocorrida no Hospital Amadora-Sintra, de construção recente, onde a chuva danificou a área de urgências e obrigou à intervenção do Instituto Nacional de Emergência Médica a transportar doentes para outros hospitais.

Ministério da Saúde deve mais de 20.000.000 de Euros aos bombeiros - 3ª parte

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Uma ambulância durante uma missão de socorro

Parece evidente que não houve um estudo sobre o impacto que a redefenição da rede hospitalar teria seja no socorro, seja no transporte de doentes e o quanto afectaria as corporações de bombeiros na vertente operacional, onde os meios e a sua tipologia necessitam de ser reequacionados, e a nível financeiro, de modo a fazer face aos custos acrescidos.

Sem este estudo, dificilmente terá sido orçamentada a verba indispensável ao pagamento desta dívida, sendo ainda desconhecido se, para além de questões operacionais e da qualidade no serviço prestado, a diminuição dos custos resultantes dos encerramentos conseguirá compensar o aumento resultante da necessidade de novos meios e do acréscimo no número e extensão das missões atrbuidas não apenas às corporações, mas a todos as instituições que actuam na área do socorro e da emergencia pré-hospitalar e no transporte de doentes.

Ao contrário do que alguns possam pensar, a actividade operacional será fortemente afectada, a menos que os centros de custo sejam distintos, com orçamentos e financiamentos separados para a actividade de socorro e de transporte de doentes, algo que, sendo possível, dificilmente será adoptado dado o impacto sobre as populações e o próprio espírito de serviço dos bombeiros que as integram.

Mais do que chegar a um acordo, mesmo que com uma calendarização de pagamentos defenida, é essencial que esta seja escrupulosamente cumprida, algo que, extrapolando a partir de casos conhecidos, raramente tem acontecido e, perante as dificuldades que o País atravessa, tenderá a aumentar.

domingo, outubro 03, 2010

Rede de carga para capot de Defender - 2ª parte

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Uma rede de carga para capot de Defender

Também é de lembrar que, para além do maior esforço a que é submetido o capot e da diminuição de visibilidade, torna-se mais complexo aceder ao motor, pelo que esta é uma solução que deve ser equacionada com especial atenção, restringindo o peso e volumetria dos items aqui transportados.

O preço desta rede ronda os 190 Euros, a que acrescem perto de 25 de portes, o que, mesmo tendo em conta a complexidade e qualidade deste equipamento composto por uma vintena de correias, se revela algo dispendioso, justificando-se apenas em situações muito específicas.

O mesmo fornecedor, para além deste modelo para Defender, tem também modelos específicos para Discovery, bem como sistemas similares com bolsas para prender no "dog-guard" ou rede separadora existente nos veículos comerciais, bem como almofadas de grande resistência destinadas a facilitar a travessia de obstáculos.