sábado, março 01, 2008

Governo recua nos encerramentos - 2ª parte


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Hospital de Torres Novas

Este recuo do ministério da Saúde, por ser demasiado pontual, não resolve nem o problema dos inúmeros concelhos que ficaram sem serviços de atendimento permanente, nem transmite a mensagem de que os erros serão corrigidos, assumindo-se apenas como mais uma medida casuística que em pouco melhora o panorama geral.

Não se pode por em causa a necessidade de, permanentemente, analisar e reorganizar a rede hospitalar em Portugal, de acordo com um plano integrado que vise não apenas a vertente da saúde, mas também a mensagem política que se quer fazer passar às populações, facto extremamente relevante caso se pretenda atrair habitantes ou desenvolver uma dada região.

A manutenção ou instalação de uma unidade de saúde, tal como acontece com um estabelecimento de ensino superior, uma nova fábrica ou um polo industrial, deverá assim ser vista também como um investimento no desenvolvimento regional, criando condições para fixação de novos habitantes, mais jovens e qualificados, os quais, no futuro, justificarão a existência de infraestrututas que hoje podem parecer fazer pouco sentido.

Governar não pode surgir como algo de reactivo, abrindo ou encerrando valências ou equipamentos como resposta a evoluções demográficas, mas sim como algo de proactivo, que cria as condições para que uma tendência negativa seja invertida e zonas em vias de despovoamento voltem a ser competitivas.

A política de saúde, como parte de um todo, é da maior importância para que o Interior do País recupere a sua vitalidade e volte a ser um factor de desenvolvimento a nível nacional, pelo que é necessário que seja revista de acordo com uma perspectiva mais abrangente, onde o seu papel seja mais do que a simples prestação de serviços e se transforme em mais um argumento para a fixação de populações e para o desenvolvimento regional.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Euro ultrapassa um dólar e meio


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Notas de 20 dólares

Com o Euro a ultrapassar um dólar e meio, verifica-se uma redução efectiva do preço real de muitos bens e produtos pagos na moeda americana, tal como sucede no EBay.

Esta é uma oportunidade para adquirir por um valor reduzido alguns dos items que vão surgindo no EBay, cotados em dólares, e que agora estarão mais ao alcande de quem seja pago em Euros.

Equipamentos como os GPS, câmaras, localizadores e tantos outros, na sua maioria pagos em dólares, são sugestões que aqui deixamos, como forma de tirar partido desta evolução cambial que, prevemos, poderá não se prolongar muito mais tempo.

Governo recua nos encerramentos - 1ª parte


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Uma VMER, para alguns uma urgência móvel

O Ministério da Saúde anunciou que os serviços de urgências dos hospitais Curry Cabral e Macedo de Cavaleiros se irão manter em funcionamento.

Segundo um despacho publicado nesta quinta-feira em Diário da República, está prevista a existência de 89 serviços de urgência, quatro dos quais serão encerrados após a sua integração nos respectivos centros hospitalares ou quando questões relacionadas com critérios de acessibilidade estiverem ultrapassadas.

Este despacho contempla mais urgências do que as propostas no relatório da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação da Rede de Urgência Geral, que em Janeiro, apontava para o encerramento de serviços de urgência em 15 hospitais e a permanência de 83 serviços.

Entre as alterações, encontra-se a manutenção do serviços de urgência básica (SUB) de Peniche, que será mantido até à abertura do futuro hospital do Oeste Norte, e a do serviço de urgência médico-cirúrgica (SUMC) nos hospitais distritais de Mirandela e Chaves, devido a questões de acessibilidade.

Também os SUB dos hospitais de Santa Maria Maior, no Funchal, ilha da Madeira, e de São Gonçalo, em Amarante, serão mantidos até que questões relacionadas com acessibilidade sejam resolvidas ou até serem integrados nos respectivos centros hospitalares.

Em Lisboa, o hospital Curry Cabral terá um SUMC e o de Macedo de Cavaleiros manterá um SUB, tal como acontecerá com os hospitais de São José, de Fafe, Conde de São Bento, em Santo Tirso, e do Montijo.

Em relação aos hospitais distritais de Tomar e Torres Novas, estes mantêm-se idênticos em termos de funcionamento, mas serão reclassificados como SUB.

Em contrapartida, os serviços de Peso da Régua, Espinho, Ovar, Cantanhede, Anadia e Fundão já foram encerrados e não é admitida, para já, a sua reabertura.

Segundo a nova classificação, os SUB terão, no mínimo, dois médicos e dois enfermeiros e equipamentos que permitam realizar pequenas cirurgias e radiografias.

Os SUP estarão integrados em hospitais centrais, e deverão incluir a maior parte das especialidades médicas necessárias ao funcionamento de uma urgência.

Finalmente os SUMC terão, no mínimo, quatro especialidades, e possuirão um bloco operatório permanente, bem como capacidade para assegurar exames médicos e serviço de sangue.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Suporte Pós Vida


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Veículo de Suporte Pós Vida

Há muito que nos opomos à actual política de encerramento de unidades de urgência e de valências em unidades de saúde protagonizada pelo actual Governo e mantida após a substituição do ministro da Saúde, mas tal não nos coibe de dar uma pequena sugestão.

Após invenções como as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) ou Suporte Básico de Vida (SBV), bem como o estacionamento de ambulâncias onde foram encerrados serviços, da notória falta de eficácia destas medidas surge a ideia de algo mais simples e adequado às circunstâncias do país real.

Sugerimos estacionar veículos funerários, eufemisticamente designados como de Suporte Pós Vida onde antes havia unidades de saúde ou urgências que encerraram, contactáveis através da nova linha 113, que assim deixará de sobrecarregar o habitual e conhecido 112, cujas dificuldades para coordenar meios parecem ser quase insuperáveis.

Mais uma promessa não cumprida


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Ambulância do INEM estacionada

Dos protocolos de encerramento do Serviços de Atendimento Permanente (SAP) nos centros de saúde que os municípios de Bragança assinaram com o Ministério da Saúde constava um conjunto de meios de socorro destinados a suprir o aumento de distâncias até à urgência mais próxima.

Foi acordado que um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e uma equipa de emergência ficaria estacionado em Macedo de Cavaleiros, bem como duas ambulâncias de Suporte Avançado de Vida (SIV), de modo a que não houvesse um impacto negativo para as populações resultantes dos encerramentos verificados.

Este atraso não se deve ao INEM, que desde o Verão de 2007 tem concluido o caderno de encargos com vista ao aluguer do helicóptero, mas tão somente à falta de autorização por parte do Ministério das Finanças, onde o processo se encontra à espera de decisão.

Dos protocolos, assinados em Abril de 2007, era apontado o início do ano de 2008 para que quer o helicóptero, quer as SIV, estivessem operacionais, com as respectivas equipas que incluiriam médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares, mas passados dois meses sobre a data prevista, ainda faltam estes recursos essenciais para o socorro das populações.

Já ouvimos o actual Primeiro-Ministro declarar que não serão encerrados mais serviços sem que haja alternativas, mas falta saber se relativamente aos já encerrados e para os quais não foram abertas alternativas ou disponibilizados os meios de socorro protocolados, haverá alguma medida transitória que evite colocar as populações em risco.

O sucedido em Bragança é exemplo desta política de encerrar primeiro e disponibilizar alternativas depois, deixando, entretanto, as populações das áreas mais remotas do País entregues à sua sorte, sem meios de socorro eficazes que, independentemente da sua capacidade, não podem substituir os cuidados prestados em unidades de saúde com as necessárias valências.

Seja a nível do valor individual da vida humana, seja no prisma do desenvolvimento reginal, seja numa perspectiva de solidariedade nacional, a necessária remodelação da rede de urgências tem seguido o caminho errado, comprometendo a segurança das populações e a confiança que estas tinham nas entidades responsáveis pelo socorro, podendo ainda levar a uma maior desertificação do Interior e, provavelmente, a novos encerramentos de unidades de saúde.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Velocidade da banda larga muito abaixo do prometido


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Um "cable modem" SMC 8002

A percepção de que a velocidade média de acesso à Internet é inferior à contratada existe há muito e é confirmada, mais uma vez, pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).

Apesar de uma melhoria nos últimos anos, os principais operadores continuam a anunciar velocidades que normalmente não cumprem, sendo que nos contratos surge, de forma discreta essa possibilidade, embora de forma não quantificável.

O estudo da ANACOM abrangeu os quatro maiores operadores, que detêm conjuntamente perto de 90% do mercado de banda larga e concluiu que é a nível do cabo que a velocidade real mais se aproxima da que for contratada.

De entre os testes de ADSL, a ANACOM constatou que os clientes do Sapo de 4 Mbps navegam a uma velocidade média de 66.2% do anunciado, ou seja a 2.66 Mbps e os do Clix de 12 Mbps apenas a 32% do prometido, algo perto dos 4 Mbps.

Relativamente ao cabo, os clientes da Cabovisão de 2 Mbps conseguem médias na ordem dos 87.6%, algo perto dos 1.75 Mbps, enquanto os da Netcabo a 4 Mbps sofrem uma redução para 81.2%, que resulta em perto de 3.2 Mbps.

Se nalguns casos a diferença é escandalosa, também não podemos deixar de nos interrogramos se as velocidades mais elevadas não serão mais afectadas, dado que muitas das ligações usam infraestruturas comuns, acabando por ter uma velocidade constante, não obstante a velocidade de acesso ser diferente.

Apesar dos imponderáveis, devia haver a obrigação de não anunciar velocidades que superem em mais do que 10% a média obtida em testes, com a imposição da devolução das importâncias cobradas em excesso quando comparadas com outras ofertas do mesmo operador.

Sem a imposição de regras claras e de sanções, continuaremos a assitir a promessas que, manifestamente, se assumem como enganadoras, prejudicando seriamente os consumidores e os operadores mais sérios, que assim se vêm confrontados pelos prejuizos resultantes de uma publicidade enganosa.

Bons meios de comunicações não substituem uma má organização - 2ª parte


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Modelo antigo de rádio VHF

Há muito que se discute a rede designada por Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), mas o facto é que os atrasos a vários níveis não permitiram até agora que entrasse em funcionamento, nem a sua implementação resolverá casos em que a falha é a nível da atribuição de responsabilidades, de direcção operacional ou de coordenação.

Já não é a primeira vez que manifestamos a opinião de que não é lançando novos meios tecnológicos sobre estruturas desajustadas, onde a luta pelo protagonismo precede a cooperação, irá resolver quaisquer problemas, podendo, ainda, agravá-los, caso não haja a necessária mudança de mentalidades e uma formação adequada.

Recentemente, falou-se de GPS quando se verificaram atrasos numa deslocação de uma VMER do INEM, como se este equipamento pudesse diminuir substancialmente o tempo necessário a percorrer uma via em más condições, sob condições atmosféricas adversas durante uma noite escura, quando o que seria necessário era haver meios de socorro adequados no local.


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Modelo militar de rádio VHF

Agora, surge a ideia de que será um sistema de comunicações que poderá resolver problemas organizacionais profundos e as dificuldades de entendimento na coordenação operacional, dispersa por diversas entidades que passam informações parciais aos meios que dependem de cada uma, sem que haja uma consolidação dos dados nem a unificação do comando.

Num país onde os pequenos feudos, os poderes pessoais, a necessidade de afirmação a despeito do mérito, entre tantos outos problemas que afectam toda a sociedade, não são combatidos desde a origem, assumindo contornos de normalidade, apelar a meios técnicos ou tecnlógicos não passa de uma fraude que representa uma mera desculpa para que tudo fique na mesma.

Quando os meios de comunicação mais recentes estiverem disponíveis e, subitamente, se concluir que pouco ou nada mudou, então cairá a justificação actual, para logo dar lugar a uma nova, provavelmente mais rebuscada, que permitirá a continuação do essencial, mesmo que para tal se mude tudo o que é acessório.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Módulo de aquecimento para Land Rover Série 3


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Módulo de aquecimento para Série 3

Ter um sistema de aquecimento num Land Rover Série 3 parece quase um luxo, mas, mesmo para os que não o possuem de origem, ainda é possível adicioná-lo com base em peças originais.

Os elementos essenciais são um sistema que aspira o ar do exterior e o projecta pelas tubagens, designado por "blower" e que já apresentamos, as tubagens, que podem ser adquiridas numa casa da especialidade, o módulo de aquecimento e um sistema de controle.

O módulo de aquecimento para Série 3 basicamente é uma matriz metálica aquecida electricamente que aquece o ar que por ela passa devido à acção do "blower".

O sistema, em sí, e simples e com a matrix e o "blower", temos as peças fundamentais, ficando ao critério do proprietário do Série tentar obter os controles e grelhas de saida originais ou usar, por exemplo, os feitos em metal para os Defender.

No EBay inglês ainda é possível adquirir estas matrizes de aquecimento por valores a partir das 20 libras a que acrescem portes, pelo que não se trata de uma aventura de custos desmedidos acresentar algum conforto a um veículo que será, admitamos, algo rústico.

Bons meios de comunicações não substituem uma má organização - 1ª parte


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Esquema de um sistema rádio numa ambulância

Para um recente acidente na Estrada Nacional 29 foram mobilizadas unidades de três entidades diferentes ligadas ao socorro, sem que cada uma tivesse informação da presença das restantes.

Compareceram no local do acidente elementos dos bombeiros voluntários e municipais, uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER) e outra de suporte imediato de vida (SIV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e meios da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).

O próprio Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) desconhecia o número exacto de feridos resultantes do choque entre duas viaturas, ocorrido pelas 03:40, e passadas horas, ao início da manhã, ainda só tinha conhecimento de quatro sinistrados, quando havia um total de cinco em cada uma das viaturas.

Os dois feridos graves, que tiveram que ser desencarerados, foram transportados para o Hospital de Viseu, sendo que um deles, devido ao seu estado, acabou por ser evacuado de helicóptero para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Mais tarde, os números do CDOS subiram para os sete, mas nunca atingiram os dez contabilizados pela Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana, que investiga a ocorrência.

A falta de contacto rádio entre as várias entidades foi mencionada como principal causa da descoordenação verificada, mas tal tende a ser uma abordagem simplista, dado que o problema parte da própria estrutura do socorro em Portugal e acaba na inexistência de uma rede de comunicações de emergência partilhada por todas as entidades ligadas ao socorro e à segurança.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Disponível o Kaspersky Mobile Security Suite 7.0


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Esquema de funcionamento do Kaspersky móvel

A Kaspersky Lab apresentou a versão 7.0 do seu Mobile Security Suite, destinada a proteger os "smartphone" que usam os sistemas operativos Microsoft Windows Mobile, nas versões 5.0 e 6.0, e o Symbian 9.x e diversos Series 60.

O novo "software" implementa um conjunto de funcionalidade que protegem os dados contidos nos "smartphones", bloqueando números, filtrando mensagens e verificando conteúdos, prevenindo diversos tipos de ataque que incluem "spam" e vírus, mas também tem funções de segurança inovadoras a outros níveis.

Uma função importante é a possibilidade de bloquear completamente um equipamento ou de apagar remotamente todos os dados nele armazenados, tornando-o inútil quer em termos funcionais, quer como repositório de informação.

Outra função, designada por SIM-Watch, impede o acesso aos dados sem um SIM do próprio utilizador, sendo ainda possível dar instruções para que o "software" envie ao proprietário o novo número do SIM nele instalado, caso o equipamento tenha sido furtado e esteja novamente em uso.

A utilização deste programa custa perto de uma dúzia de euros por ano, sendo uma alternativa a ter em conta sobretudo por quem tenha no seu telemóvel inteligente um conjunto de informações que pretenda proteger, evitando que caia nas mãos erradas.

Desperdício na formação de TAS


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Tripulação e ambulância do INEM

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) continua a formar técnicos de ambulância de socorro (TAS) sem que estes venham a ser colocados, acabando por abrir novos concursos e formar novos elementos antes de empregar os anteriores.

Outro problema deriva do facto de o INEM, quando abre concurso para TAS, ignorar a formação que o candidato já traz e que certificou previamente, repetindo o processo desde o início, em vez de se limitar a efectuar uma aferição.

De entre os 4.000 TAS certificados pelo INEM, um quarto está ao serviço de corporações de bombeiros, enquanto a maioria dos restantes preenche as vagas do próprio Instituto, mas continua a existir um número substancial que não são colocados e precisam de repetir todo o processo para efectuar uma nova candidatura num concurso.

O custo estimado da formação de um TAS pelo INEM é de 4.500 euros, mas têm sido apontadas situações de desinvestimento, como a redução de conteúdos, diminuição de número de horas e falta de prática, sendo esta considerada inferior à ministrada pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB), onde os formandos são treinados em simulações reais e com diferentes modelos de ambulância.

Temos, portanto, um desperdício a dois níveis, sendo o mais evidente o desperdício que resulta da não colocação de pessoal formado, mas as deficiências da formação dada pelo INEM quando comparada com a ministrada pela ENB representa um segundo factor de perda, resultando num mau aproveitamento dos dinheiros públicos.

Uma das opções seria a de unificar a formação, eventualmente centralizando-a na ENB ou fazendo transitar os métodos desta para uma entidade única que garantisse quer a qualidade dos cursos, quer o encaminhamento dos formandos, de forma a que todos os que fossem qualificados viessem a ser colocados.

Mesmo que legalmente defensável à luz da legislação actual, a situação que hoje se vive é inaceitável, sobretudo numa altura em que existe a necessidade de reforçar os meios de socorro pré-hospitalar devido ao encerramento de unidades de saúde e ao cada vez maior recurso a veículos de emergência.

O Estado já efectuou um investimento vultuoso que deveria ser aproveitado para seguir a via de uma maior profissionalização do socorro, honrando compromissos para quantos foram aprovados nos cursos de TAS, que tinham a justa expectativa de uma carreira, e protegendo as populações que se encontram cada vez a uma maior distância de uma urgência hospitalar.

Este exemplo de falha de planeamento vem, portanto, adicionar-se ao dos encerramentos de unidades de saúde antes de as alternativas estarem disponíveis, demonstrando que continua a faltar uma visão global para o País e legislação exigente, que responsabilize o Estado e os decisores pelas consequências dos erros resultantes da sua acção ou da falta dela.

domingo, fevereiro 24, 2008

Revimos a história das duas formigas


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Duas formigas

Chamamos a atenção para o facto de termos alterado ligeiramente a história das duas formigas que publicamos há dois dias, de modo a corresponder melhor aos nossos ideais.

Mesmo correndo o risco de perder um pouco do espírito original, preferimos a versão actual que transmite uma mensagem diferente de esforço e de perseverança, colocando-o numa perspectiva de ajuda e de solidariedade.

Caberá aos nossos leitores, avaliar das alterações introduzidas e se estas irão no sentido correcto.

Duarte Caldeira defende a profissionalização dos bombeiros


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Ambulância dos Bombeiros de Cascais

Numa extensa entrevista publicada pelo Jornal de Notícias (JN), o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) defende uma profissionalização dos bombeiros, nomeadamente os que estão incluidos nas tripulações de ambulâncias de socorro, sendo estes complementados por voluntários.

Na entrevista é sugerido que os actuais técnicos de ambulância de socorro (TAS) devem evoluir em termos técnico-profissionais, de modo a atingir o patamar de qualificação que, em muitos países, é designado por paramédico, assegurando assim uma melhor qualidade das tripulações das viaturas de emergência e complementando a acção de médicos e enfermeiros.

Desta forma, abrem-se as portas a uma carreira na área dos técnicos de emergência, com graus progressivos de qualificação, sendo mais aliciante para quem siga esta via, factor essencial numa altura em que a disponibilidade dos voluntários tem vindo a escassear, sobretudo em zonas do Interior, onde o envelhecimento das populações e a fuga de jovens qualificados levanta problemas de difícil resolução.

Por outro lado, a profissionalização e a existência de uma carreira estruturada permitiria aos bombeiros evoluir profissionalmente de forma semelhante à dos técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), criando uma unificação operacional no socorro pré-hospitalar, promovendo a qualidade e facilitando a padronização e a cooperação entre as várias entidades ligadas ao socorro.

Na entevista do dirigente da LBP outro vector importante é a manutenção do voluntariado e o associativismo de base das corporações, de modo a manter a autonomia e, acrescentamos, uma maior ligação com as comunidades em que as corporações se inserem, essencial seja para o recrutamento, seja para sempre necessário apoio financeiro.

Apontando no sentido de uma estrutura com base em profissionais, incluindo a nível de gestão, complementada por voluntários, nos quais se incluem os dirigentes, a LBP pretende obter o equilíbrio entre a capacidade operacional e a autonomia face ao poder central, mantendo a sua independência, algo impossível caso houvesse uma funcionalização dos bombeiros.

A entrevista completa está na edição de sábado, dia 23 de Fevereiro, do JN, podendo ser ainda lida na edição "on-line", algo que aconselhamos a todos quantos se interessam pelos assuntos relacionados com o socorro ou a protecção civil em Portugal.