quinta-feira, maio 29, 2008

VMER de Beja continua sem equipa médica completa


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Uma ambulância dos bombeiros

A falta de médicos continua a manter imobilizada a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) baseada no Hospital de Beja, não obstante as sucessivas promessas de solução para este problema.

Dois idosos morreram em Ferreira do Alentejo, após se sentirem mal, havendo suspeitas de problemas cardiorespiratórios num deles, sem que a VMER tivesse podido intervir, tendo o socorro sido efectuado pelos bombeiros locais, que transportaram as vítimas até ao hospital onde viriam a falecer.

Também o socorro a um ferido próximo de Beja, igualmente ontem, não pode ser efectuado através da VMER tendo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), encaminhado o pedido para os bombeiros.

Enquanto a Administração do Hospital de Beja, se recusa a comentar a indisponibilidade da VMER, o socorro na área coberta por este meio continua a apresentar sérios condicionalismos por não poder contar em permanência com o seu meio mais sofisticado e o único adequado a várias eventualidades.

A remodelação da rede de urgências baseou-se na permissa de um socorro mais eficaz, tendo sido alocados meios como as VMER e as ambulâncias Suporte Imediato de Vida como forma de obviar a maior distância entre o local de intervenção e o centro hospitalar mais próximo, mas estes meios nem sempre estão disponíveis devido à falta de pessoal.

Sempre contestamos a ideia de que é possível substituir urgências ou serviços de atendimento permanentes por meios de socorro, por muito eficazes que sejam, dado que resulta em dificuldades operacionais e numa sensação de insegurança que apenas contribui para a desertificação do Interior do País, enviando uma mensagem errada quanto ao ordenamento que se pretende para o País.

É impossível saber se o desfecho, que põe mais uma vez em causa a qualidade do socorro no Interior do País, poderia ou não ter sido outro caso a VMER estivesse disponível, mas a repetição deste tipo de incidentes transfere o ónus da prova para quem decidiu num sentido que consideramos errado e que deve ser responsabilizado pelas consequências.

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